Will Eisner recebe homenagem em Nova Iorque
Será aberta hoje em Nova Iorque uma grande exposição em homenagem ao cartunista Will Eisner. O evento será realizado no MoCCA - Museum of Comic and Cartoon Art, com o título de Will Eisner's New York: From The Spirit to the Modern Graphic Novel (A Nova Iorque de Will Eisner: do Spirit ao Moderno Romance Gráfico). A curadoria ficou por conta de Denis Kitchen e Danny Fingeroth e a exposição permanecerá aberta até 30 de junho.
O objetivo da exposição, segundo o site do Museu, é documentar a forma que Eisner representou a cidade de Nova Iorque em seu trabalho, desde a época do Spirit, quando ele disfarçava a megalópole americana com o nome de Central City, até as suas produções mais recentes, os romances gráficos, onde Eisner explorou a temática urbana com maestria e sua cidade natal foi um dos temas mais importantes.
Com mais de cem obras, a exposição traz textos explicativos dos curadores e também apresenta obras de artistas influenciados por Will Eisner nas últimas sete décadas. A exposição paralela In The Spirit Of Will Eisner: Creators Influenced by the Legendary Cartunist traz obras de Neal Adams, Sergio Aragones, Terry Beatty, Nick Cardy, Darwyn Cooke, Eric Drooker, Jules Feiffer, Michael T. Gilbert, Dean Haspiel, Al Jaffee, Klaus Janson, Jack Kirby, Denis Kitchen, Joe Kubert, Peter Kuper, Harvey Kurtzman, Batton Lash, Steve Leialoha, Michael Avon Oeming, Peter Poplaski, Joe Quesada, Paul Rivoche, Trina Robbins, Jerry Robinson, Stan Sakai, Mark Schultz, R. Sikoryak, Art Spiegelman, Wally Wood e Steve Ditko.
Sem dúvida que Eisner é um grande artista, deve sim ser homenageado e o tema da exposição tem tudo a ver pois Nova Iorque sempre foi uma fonte de inspiração maravilhosa para ele e rendeu obras primas como O Edifício. Mas particularmente sempre achei que existe um certo exagero quando se fala no cara. Ele é sempre citado como o maior gênio dos quadrinhos de todos os tempos e como o criador da Graphic Novel. Eu discordo desse ponto de vista. Acho que Eisner foi um grande artista sim, mas ele não criou nada sozinho, pelo contrário, como eu explico em meu artigo sobre a história das HQs autobiográficas, considero que Eisner não criou a Graphic Novel, mas sim o europeu Hugo Pratt.
Porém existe muito lobby em torno do nome de Eisner, vindo principalmente da mídia especializada norte-americana (reparem no cartaz da exposição, mostra Eisner andando na rua e uma multidão de puxa-sacos vindo atrás). Essa rasgação de seda é repetida aqui no Brasil sem questionamentos, por exemplo, quando um jornalista brasileiro quer fingir que "entende" de quadrinhos, logo adiciona a palavra "mestre" ao nome do cara. Além disso ele próprio soube convencer todo mundo que era o único e grandioso Deus dos quadrinhos, quando na verdade esse panteão é muito maior. Um dia escreverei um artigo sobre isso aqui.
Só não me entendam mal, eu gosto do trabalho de Eisner, principalmente com o Spirit, quando ele era só um cara tentando ganhar a vida com tiras de jornal e não um gênio autodeclarado que nos anos 80 decaiu em trabalhos melodramáticos, panfletários e ilegíveis, se achando artista demais.
Porém sem dúvida, só pelo Spirit ele merece qualquer homenagem.
O objetivo da exposição, segundo o site do Museu, é documentar a forma que Eisner representou a cidade de Nova Iorque em seu trabalho, desde a época do Spirit, quando ele disfarçava a megalópole americana com o nome de Central City, até as suas produções mais recentes, os romances gráficos, onde Eisner explorou a temática urbana com maestria e sua cidade natal foi um dos temas mais importantes.
Com mais de cem obras, a exposição traz textos explicativos dos curadores e também apresenta obras de artistas influenciados por Will Eisner nas últimas sete décadas. A exposição paralela In The Spirit Of Will Eisner: Creators Influenced by the Legendary Cartunist traz obras de Neal Adams, Sergio Aragones, Terry Beatty, Nick Cardy, Darwyn Cooke, Eric Drooker, Jules Feiffer, Michael T. Gilbert, Dean Haspiel, Al Jaffee, Klaus Janson, Jack Kirby, Denis Kitchen, Joe Kubert, Peter Kuper, Harvey Kurtzman, Batton Lash, Steve Leialoha, Michael Avon Oeming, Peter Poplaski, Joe Quesada, Paul Rivoche, Trina Robbins, Jerry Robinson, Stan Sakai, Mark Schultz, R. Sikoryak, Art Spiegelman, Wally Wood e Steve Ditko.
Sem dúvida que Eisner é um grande artista, deve sim ser homenageado e o tema da exposição tem tudo a ver pois Nova Iorque sempre foi uma fonte de inspiração maravilhosa para ele e rendeu obras primas como O Edifício. Mas particularmente sempre achei que existe um certo exagero quando se fala no cara. Ele é sempre citado como o maior gênio dos quadrinhos de todos os tempos e como o criador da Graphic Novel. Eu discordo desse ponto de vista. Acho que Eisner foi um grande artista sim, mas ele não criou nada sozinho, pelo contrário, como eu explico em meu artigo sobre a história das HQs autobiográficas, considero que Eisner não criou a Graphic Novel, mas sim o europeu Hugo Pratt.
Porém existe muito lobby em torno do nome de Eisner, vindo principalmente da mídia especializada norte-americana (reparem no cartaz da exposição, mostra Eisner andando na rua e uma multidão de puxa-sacos vindo atrás). Essa rasgação de seda é repetida aqui no Brasil sem questionamentos, por exemplo, quando um jornalista brasileiro quer fingir que "entende" de quadrinhos, logo adiciona a palavra "mestre" ao nome do cara. Além disso ele próprio soube convencer todo mundo que era o único e grandioso Deus dos quadrinhos, quando na verdade esse panteão é muito maior. Um dia escreverei um artigo sobre isso aqui.
Só não me entendam mal, eu gosto do trabalho de Eisner, principalmente com o Spirit, quando ele era só um cara tentando ganhar a vida com tiras de jornal e não um gênio autodeclarado que nos anos 80 decaiu em trabalhos melodramáticos, panfletários e ilegíveis, se achando artista demais.
Porém sem dúvida, só pelo Spirit ele merece qualquer homenagem.
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