Stephen King também vai ter uma biografia em quadrinhos
Stephen King, o grande mestre do horror, também vai ganhar a sua biografia em quadrinhos. A editora Bluewater anunciou o lançamento para maio deste ano. O melhor de tudo é que o próprio escritor esta colaborando na obra, junto com os coautores Michael Lent e Brian McCarthy. O gibi vai se chamar Orbit: Stephen King.
Poderemos finalmente saber se era verdade a história que ele conta em Dança Macabra, sobre ter presenciado a morte de um amiguinho ainda na infância, esmagado por um trem. Esta seria a origem de sua atração pelo macabro. Também será contada a verdade sobre o acidente que quase matou o escritor em 1999 e seus problemas com alcool e drogas.
Segundo o coautor Brian McCarthy, o mais interessante foi ter encontrado similaridades entre as biografias de King e de uma outra figura muito conhecida da cultura popular: Keith Richards. Segundo ele os dois são provenientes de famílias pobres, tinham um pai ausente e foram ajudados pelas suas mães. O talento para eles não era um hobbie, mas a sua única forma de salvação. Isso os trouxe fama e fortuna e os fortaleceu nos momentos ruins, quando foram quase completamente arruinados pelas drogas.
Eu sou muito fã de Stephen King, na verdade só fiz esse post pra dizer que admiro o cara. A narrativa dele em Dança Macabra, contando como viu o garoto morto pelo trem é muito louca e me impressionou bastante. Também é interessante saber como ele se tornou um puta escritor milionário com livros comerciais, mas sempre mantendo uma certa qualidade. Acho que não tem ninguém no mundo que não goste de pelo menos um livro de Stephen King. Seria bem bacana se uma editora lançasse essa biografia dele por aqui. Fica a dica.
...
1 Comentário:
“Poderemos finalmente saber se era verdade a história que ele conta em Dança Macabra, sobre ter presenciado a morte de um amiguinho ainda na infância, esmagado por um trem."
Discordo dessa frase, estou trabalhando com “Dança Macabra” estou usando ele em minha pesquisa, é uma obra indispensável para pesquisar sobre o horror.
O próprio King discorda disso, dessa visão fechada, afinal todos nós vemos, ou já vimos coisas cruéis, quem já não presenciou isso? Mas o fato de ter acontecido isso não fez com que King tornasse o mestre do horror, pois nenhum artista nasce artista, e sim torna-se, e King gosta de escrever sobre o tema, existem diversos como Jorge Amado que escreve sobre o cacau, a representação do povo baiano, algo diferente. Mas King não é só horror, ele é um dos analistas da vida familiar contemporânea (leiam meu artigo) e defensor da importância da criança, existem questões filosóficas em suas obras, questões existenciais, etc.
É uma pergunta muito chata, para quem lida com o horror artístico: Porque você escreve sobre o horror? Você não fica com medo?
Excelente iniciativa da biografia, mas os pesquisadores tem que ir mais a fundo, não fica só na superfície em sua pesquisa biográfica. Eis um trecho que resume mais ou menos isso que eu quero mostrar:
Porque gostamos do horror? Qual a necessidade?
O gênero que falamos, seja em termos de livros, filmes ou TV, é na verdade uma coisa só: horrores de mentira. E uma das questões que sempre aparecem, feita por pessoas que compreenderam o paradoxo (mas talvez sem tê-lo articulado em suas mentes) é: por que inventar coisas terríveis quando há tanto horror de verdade no mundo? A resposta pode ser que nós inventamos horrores para nos ajudar a suportar os horrores verdadeiros. Contando com a infinita criatividade do ser humano, nos apoderamos dos elementos mais polêmicos e destrutivos e tentamos transformá-los em ferramentas — para desmantelar esses mesmos elementos [...] O sonho de horror é, na verdade, uma maneira de extravasar um desconforto... e pode ser que os sonhos de horror dos meios de comunicação de massa possam algumas vezes tornar um divã de analista de âmbito nacional (KING, 2003, p.24)
Referência: KING, Stephen, Dança macabra: O fenômeno do horror no cinema, na literatura e na televisão dissecado pelo mestre do gênero. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.
Postar um comentário
Deixe a sua opinião, sem ofensas, por favor.