2 de ago. de 2011

Por que o Homem-Aranha deve ser negro?


Peter Parker é branco, cristão e heterosexual. O que há de mal nisso? Absolutamente nada. Ninguém reclama que ele seja assim no universo regular da Marvel Comics e lá se vão 40 anos de aventuras.

Mas os tempos mudaram, os EUA tem um presidente negro, o islamismo cresce como a terceira maior religião do mundo e chega a países como a Noruega, os gays querem ter leis especiais para obrigarem os heteros a amá-los sob pena de 5 anos de cadeia, as crianças aprendem na escola que não existem raças e políticos de esquerda trabalham o multiculturalismo com fins eleitorais no mundo todo, enlouquecendo pessoas brancas-hetero-cristãs, que veem sua clássica hegemonia descer ralo abaixo.

A Marvel tem o seu chamado Universo Ultimate, com regras próprias e histórias mais adultas. Sem dúvida esta linha já rendeu grandes momentos, como a série dos Supremos. Os autores tem mais liberdade criativa e podem experimentar soluções que mais tarde tendem a ser aplicadas no Universo 616.

Na minisérie "Fallout Ultimate 4″, a ser lançada esta semana nos EUA, será apresentado ao público um novo Homem-Aranha, após a morte do Peter Parker do Universo Ultimate no número 160 da revista solo do teioso. Ele será Miles Morales, um adolescente meio negro e meio hispânico. Suas aventuras serão apresentadas no reboot da revista Ultimate Spider-Man, a partir de setembro.

Para justificar, Axel Alonso, o editor da série, afirmou:

“O que vocês tem é um Homem-Aranha para o século 21, que é um reflexo de nossa cultura e diversidade. Acreditamos que os fãs irão se apaixonar por Miles Morales da mesma maneira que se apaixonaram por Peter Parker”

E a desenhista italiana Sara Pichelli, completou:

"Mais cedo ou mais tarde um herói negro ou gay (ou ambos) vai ser considerado absolutamente normal."

Mas será isso mesmo, será que o mundo está se tornando mais tolerante e diverso até mesmo nos gibis? Não acho que seja bem assim.

O que isso significa é óbvio: esse novo Homem-Aranha, mesmo sendo de um universo alternativo, é um retrato perfeito do multiculturalismo, e ao mesmo tempo, uma tentativa da Marvel de se adiantar as mudanças que vem ocorrendo na sociedade americana, onde negros e hispânicos vem deixando de ser minorias para se tornarem maioria e gays ganham cada vez mais espaço na sociedade. Que este novo Aranha seja gay, como já indicou a desenhista, eu não duvido. Só faltou ele ser mulçumano, ou ateu.

E o que mais? Será ele pobre? Deficiente físico? Comunista? Não terá cidadadania americana? Que outras concessões devem ser feitas ao politicamente correto para que um gibi venda? Ou será isso apenas um reflexo das transformações de nossa sociedade?

E pensando bem, que diferença isso faz? Raça ou prática sexual muda alguma coisa na postura de um super-herói? Eu acredito que não. Se o escritor mostrar um herói agindo de forma diferente por ser de raça diferente, ele será tido como preconceituoso.

Então por que os escritores, artistas e editores não desistem de fazer essas concessões a modernice e se preocupam simplesmente em criar boas histórias, independente da raça do herói?

O autor da série, Brian Michael Bendis, garantiu que a temática será a mesma das histórias do Amigão da Vizinhança, o papo de "grandes poderes" e tal, e que os personagens clássicos Tia May e Gwen Stacy continuarão aparecendo em seus papéis. Além disso a origem do novo herói terá ligações com as origens do falecido Peter Parker, apenas com alguns poderes diferentes.

Então pra que a mudança? Se as histórias serão semelhantes, a temática não muda, por que mudar a raça do herói? A resposta é simples: as mudanças são reflexo do multiculturalismo canhestro que virou modinha nos países ricos. Você mostra a imagem de minorias, ganha dinheiro e votos se utilizando delas, mas garante que essas minorias fiquem sob controle, que elas representem apenas uma aparência de "diversidade", este conceito tacanho que virou doce na boca de ongueiros e agora caiu no gosto até de artistas.

O maior exemplo disso é Barack Obama, ele foi eleito como o símbolo de uma nova era por ser negro, mas governa como um branco, mas especificamente, como os brancos democratas e muitas vezes, como os brancos republicanos! Muitas das políticas de George Bush, principalmente com relação as guerras no Oriente Médio, foram mantidas por Obama.

Miles Morales será o Barack Obama dos quadrinhos: uma caricatura de Homem-Aranha com pele mais escura e traços de mestiço, da mesma forma que Obama é uma caricatura de George Bush, pintado como os figurantes de Nascimento de Uma Nação. Morales é afro-hispânico para agradar as massas de leitores do século 21 que vivem em um mundo supostamente multicultural, mas vai agir como um homem branco age, por isso ele será aceito.

Essa é a grande hipocrisia desta transformação que os gibis passam, e das transformações que o mundo passa, as minorias são tantas que se transformaram em maioria, mas as diferenças entre raças e indivíduos é escamoteada, e a diversidade, que era uma coisa natural, passou a ser falsificada, com interesses econômicos e políticos.

Só espero que criem boas histórias.



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2 Comentários:

Rony Marques disse...

quanto mais eu leio seus textos, mais eu percebo quão partidário e ignorante é este blog.

Hieronymus disse...

Conheci hoje seu blog, e estou adorando. A tempos eu nao via tanto bom senso. Parabens.

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