Holy Terror: Frank Miller repete façanha de Alan Moore, e por que ninguém aprova?
Frank Miller anunciou em 2006 que lançaria uma graphic novel em que Batman enfrentaria a rede terrorista Al Quaeda. O projeto ganhou o nome de "Holy Terror, Batman!" (Santo Terrorismo, Batman!) e levou anos pra ser finalizado. A ideia foi criticada logo no início, Grant Morrison afirmou:
"Batman contra a Al Qaeda! É a mesma coisa que Bin Laden contra King Kong! Ou que tal a sinistra mente criminosa da Al Qaeda contra ao faminto Hannibal Lecter! É tudo igual. Usar um personagem fictício como propaganda para bater em terroristas fictícios realmente parece uma auto-indulgência quando os terroristas reais estão matando pessoas reais no mundo real. Eu ficaria muito mais impressionado se Frank Miller desistisse dessas ideias nonsense de graphic novels, se unisse às Forças Armadas e entrasse nas linhas de frente com jovens soldados que estão arriscando suas vidas de verdade contra a Al Qaeda."
E Miller respondeu:
"Pela primeira vez na minha vida, eu sei como é enfrentar uma ameaça a existência. Eles nos querem mortos. De repente eu compreendo o que os meu pais falavam todos esses anos. Patriotismo, agora eu creio, é um conceito antigo e algo de sentimental. É auto-preservação. Eu creio no patriotismo como algo primordial para a sobrevivência de uma nação. Benjamin Franklin disse: Se nós não nos mantemos unidos, permaneceremos separados. Da mesma forma você tem que lutar para proteger sua família e seus amigos e você conta com eles para proteger sua retaguarda. Então você deve fazer o que puder para ajudar sua pátria a sobreviver."
No meio do caminho, ele anunciou que Batman estaria fora do jogo e a HQ seria chamada apenas "Holy Terror", com um novo herói chamado The Fixer, ou "O Corretor". Segundo o artista, Batman não podeira participar de uma história que seria uma peça de propaganda extrema a favor dos esforços americanos contra o terrorismo islâmico.
Foi isso ou a DC não aceitou o posicionamento político de Frank Miller? Nunca saberemos.
Após cinco anos e a morte de Bin Laden, Miller decide finalmente lançar sua HQ, pela editora novata Legendary Pictures, exatamente no aniversário de dez anos dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. São 120 páginas de propaganda política em forma de quadrinhos. "O Corretor" será um ex-soldado americano que defende Nova York de um ataque da Al Quaeda. Assim como o Capitão América socava Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, ele será um patriota em defesa dos velhos valores americanos.
Miller disse, com sabedoria (tradução do omelete, falta de tempo mode on):
“Acima de tudo, eu sou quadrinista. Quando entrei nessa, me senti próximo do que Jack Kirby provavelmente sentiu quando criou o Capitão América”.
“Tem algo de visceral na HQ, mas também tem um nível em que ela precisa ser entretenimento. E é certamente propagandística. Acho que essa é uma palavra muito abusada. Acho que muito do que eu leio na internet e nos jornais é propaganda. Todo mundo, do New York Times a Rupert Murdoch, tem seu ponto de vista e lança sua própria propaganda. Eles não se desviam dos fatos, mas o jeito como interpretam e abordam eles é radicalmente diferente”
“Espero que ela mexa com as pessoas. Não estou aqui para suavizar as coisas. Estamos vivendo numa época terrível e fomos transformados por ela. Até minha decisão de tornar isso um projeto sem o Batman faz parte. Eu ia querer desenhar um cara correndo atrás do Coringa? Não. O negócio agora é outro.”
Resultado: todo mundo desceu a lenha naquele que é um dos maiores autores de quadrinhos de todos os tempos. Das críticas que lí, "imbecil" foi o maior elogio que o projeto Holy Terror recebeu. Ninguém suporta a ideia de que Miller acredita mesmo em uma ameaça terrorista islâmica e esta fazendo uma propaganda de combate a isso. Da mesma forma que, como ele sabiamente comparou, Joe Simon e Jack Kirby tentaram expressar seu asco ou medo de uma ameaça nazista quando criaram o Capitão América e o colocaram socando Hitler em 1941.
Miller é um homem do seu tempo e apesar dos fracassos estéticos dos últimos anos, sabe o que faz e tem talento já provado em diversas obras. No entanto, Holy Terror já nasce morta para a crítica de quadrinhos. Nunca vi fenômeno parecido. Mas por que isso acontece?
A resposta é simples, é por que Miller é de "direita".
Quadrinhos de forte cunho político são consideradas obras primas para os críticos, entre elas talvez o maior exemplo seja V de Vingança, de Alan Moore.
Em 1981, Moore deu início a V de Vingança, como ele próprio declarou, por achar que a Inglaterra estava mergulhando no fascismo sob a linha dura da Primeira-Ministra Margaret Thatcher, uma política de direita. O escritor então era um jovem anarquista de esquerda e acreditava que a destruição do Estado, mesmo que fosse através de atos violentos, seria a solução para restaurar a liberdade em ocasiões extremas, como a ditadura descrita por ele em sua graphic novel.
V de Vingança é propaganda anarquista esquerdista (não anarquista individualista, corrente que eu sigo) extrema e prega atos de violência e terrorismo. É o oposto do Holy Terror de Frank Miller, mas tem o mesmo fundo moral: a violência pela "liberdade".
A obra tem, e sempre teve, grande apreço dos críticos de quadrinhos, não tanto pela sua qualidade estética, mas muito pela sua ideologia. Depois que foi adaptada para o cinema, mal e porcamente, ganhou popularidade enorme entre pessoas que nem leem quadrinhos e tornou-se uma referência para grupos esquerdistas no mundo inteiro, inclusive os grupos de cyber-terrorimo Anonymous e Lulzsec, cujos membros se apresentam com máscaras de V.
Nenhum crítico e nenhum escritor de quadrinhos se refere a V de Vingança como uma imbecilidade política por mostrar uma ameaça de ditadura imaginária e por glorificar o uso de violência no combate a essa fantasia. É lógico que não, afinal, V de Vingança é de ideologia esquerdista.
Mas no caso de Holy Terror, obra de ideologia conservadora, todos os críticos ficaram indignados, ninguém aceita que o tal "Corretor" saia matando terroristas. Pode-se aceitar "V" matando e explodindo pelo esquerdismo paranoico dos anos 1980, mas The Fixer não tem permissão pra agir antes mesmo de ter sua HQ impressa. Ninguém se questiona se Frank Miller não teria mais uma grande obra a apresentar, se Holy Terror não retoma a tradição da Era de Ouro em que os heróis americanos combatiam as ameaças ao american way e dessa maneira tosca criaram uma mitologia imortal. Ninguém leva em consideração que arte não tem ideologia, ou que sua ideologia não tem importância, seja ela de esquerda ou de direita, mas apenas pensa em sua própria ideologia, e julga um trabalho ainda nem conhecido segundo estes conceitos.
É permitido ser "de esquerda" em uma obra de pura fantasia, mas ser "de direita" em uma obra de pura fantasia não é permitido jamais. E quadrinhos são apenas arte e pura fantasia. Se não existe a ameaça terrorista mostrada em Holy Terror então a ditadura caricata mostrada em V de Vingança não passa de invencionice. Mas há de se seguir a cartilha ideológica. É como no Brasil em que Laerte faz sucesso com suas idiotices semanais e vilipendiosas sem nenhuma qualidade estética, mas ninguém questiona, ninguém fala nada, ninguém tem opinião legítima. Afinal ele é politicamente bonitinho, corretinho, de esquerda, e só há elogios para a babaquice.
Os críticos estão condenando Holy Terror antes de ser publicado, mas se Frank Miller repetir suas grandes realizações em termos estéticos, o que eu espero que aconteça pois sou fã do cara, eles deverão se calar e morder sua lingua suja. E eu vou ter prazer de ver isso. Pra mim, é necessário que a crítica de quadrinhos seja menos ideológica, senão o que prevalece é a burrice cega.
Frank Miller tem sim o direito de mostrar suas concepções políticas, mesmo que moralmente questionáveis, assim como Alan Moore (de quem eu também sou fã) conseguiu a façanha de levar jovens do mundo inteiro a acreditar que explodir prédios e matar pessoas é uma maneira de alcançar a "liberdade", Milller tem o direito de mostrar soldados atacando povos estranhos, explodindo e matando em nome dessa mesma "liberdade".
"Liberdade" esta que, no final, é a única fantasia em tudo.
"Batman contra a Al Qaeda! É a mesma coisa que Bin Laden contra King Kong! Ou que tal a sinistra mente criminosa da Al Qaeda contra ao faminto Hannibal Lecter! É tudo igual. Usar um personagem fictício como propaganda para bater em terroristas fictícios realmente parece uma auto-indulgência quando os terroristas reais estão matando pessoas reais no mundo real. Eu ficaria muito mais impressionado se Frank Miller desistisse dessas ideias nonsense de graphic novels, se unisse às Forças Armadas e entrasse nas linhas de frente com jovens soldados que estão arriscando suas vidas de verdade contra a Al Qaeda."
E Miller respondeu:
"Pela primeira vez na minha vida, eu sei como é enfrentar uma ameaça a existência. Eles nos querem mortos. De repente eu compreendo o que os meu pais falavam todos esses anos. Patriotismo, agora eu creio, é um conceito antigo e algo de sentimental. É auto-preservação. Eu creio no patriotismo como algo primordial para a sobrevivência de uma nação. Benjamin Franklin disse: Se nós não nos mantemos unidos, permaneceremos separados. Da mesma forma você tem que lutar para proteger sua família e seus amigos e você conta com eles para proteger sua retaguarda. Então você deve fazer o que puder para ajudar sua pátria a sobreviver."
No meio do caminho, ele anunciou que Batman estaria fora do jogo e a HQ seria chamada apenas "Holy Terror", com um novo herói chamado The Fixer, ou "O Corretor". Segundo o artista, Batman não podeira participar de uma história que seria uma peça de propaganda extrema a favor dos esforços americanos contra o terrorismo islâmico.
Foi isso ou a DC não aceitou o posicionamento político de Frank Miller? Nunca saberemos.
Após cinco anos e a morte de Bin Laden, Miller decide finalmente lançar sua HQ, pela editora novata Legendary Pictures, exatamente no aniversário de dez anos dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. São 120 páginas de propaganda política em forma de quadrinhos. "O Corretor" será um ex-soldado americano que defende Nova York de um ataque da Al Quaeda. Assim como o Capitão América socava Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, ele será um patriota em defesa dos velhos valores americanos.
Miller disse, com sabedoria (tradução do omelete, falta de tempo mode on):
“Acima de tudo, eu sou quadrinista. Quando entrei nessa, me senti próximo do que Jack Kirby provavelmente sentiu quando criou o Capitão América”.
“Tem algo de visceral na HQ, mas também tem um nível em que ela precisa ser entretenimento. E é certamente propagandística. Acho que essa é uma palavra muito abusada. Acho que muito do que eu leio na internet e nos jornais é propaganda. Todo mundo, do New York Times a Rupert Murdoch, tem seu ponto de vista e lança sua própria propaganda. Eles não se desviam dos fatos, mas o jeito como interpretam e abordam eles é radicalmente diferente”
“Espero que ela mexa com as pessoas. Não estou aqui para suavizar as coisas. Estamos vivendo numa época terrível e fomos transformados por ela. Até minha decisão de tornar isso um projeto sem o Batman faz parte. Eu ia querer desenhar um cara correndo atrás do Coringa? Não. O negócio agora é outro.”
Resultado: todo mundo desceu a lenha naquele que é um dos maiores autores de quadrinhos de todos os tempos. Das críticas que lí, "imbecil" foi o maior elogio que o projeto Holy Terror recebeu. Ninguém suporta a ideia de que Miller acredita mesmo em uma ameaça terrorista islâmica e esta fazendo uma propaganda de combate a isso. Da mesma forma que, como ele sabiamente comparou, Joe Simon e Jack Kirby tentaram expressar seu asco ou medo de uma ameaça nazista quando criaram o Capitão América e o colocaram socando Hitler em 1941.
Miller é um homem do seu tempo e apesar dos fracassos estéticos dos últimos anos, sabe o que faz e tem talento já provado em diversas obras. No entanto, Holy Terror já nasce morta para a crítica de quadrinhos. Nunca vi fenômeno parecido. Mas por que isso acontece?
A resposta é simples, é por que Miller é de "direita".
Quadrinhos de forte cunho político são consideradas obras primas para os críticos, entre elas talvez o maior exemplo seja V de Vingança, de Alan Moore.
Em 1981, Moore deu início a V de Vingança, como ele próprio declarou, por achar que a Inglaterra estava mergulhando no fascismo sob a linha dura da Primeira-Ministra Margaret Thatcher, uma política de direita. O escritor então era um jovem anarquista de esquerda e acreditava que a destruição do Estado, mesmo que fosse através de atos violentos, seria a solução para restaurar a liberdade em ocasiões extremas, como a ditadura descrita por ele em sua graphic novel.
V de Vingança é propaganda anarquista esquerdista (não anarquista individualista, corrente que eu sigo) extrema e prega atos de violência e terrorismo. É o oposto do Holy Terror de Frank Miller, mas tem o mesmo fundo moral: a violência pela "liberdade".
A obra tem, e sempre teve, grande apreço dos críticos de quadrinhos, não tanto pela sua qualidade estética, mas muito pela sua ideologia. Depois que foi adaptada para o cinema, mal e porcamente, ganhou popularidade enorme entre pessoas que nem leem quadrinhos e tornou-se uma referência para grupos esquerdistas no mundo inteiro, inclusive os grupos de cyber-terrorimo Anonymous e Lulzsec, cujos membros se apresentam com máscaras de V.
Nenhum crítico e nenhum escritor de quadrinhos se refere a V de Vingança como uma imbecilidade política por mostrar uma ameaça de ditadura imaginária e por glorificar o uso de violência no combate a essa fantasia. É lógico que não, afinal, V de Vingança é de ideologia esquerdista.
Mas no caso de Holy Terror, obra de ideologia conservadora, todos os críticos ficaram indignados, ninguém aceita que o tal "Corretor" saia matando terroristas. Pode-se aceitar "V" matando e explodindo pelo esquerdismo paranoico dos anos 1980, mas The Fixer não tem permissão pra agir antes mesmo de ter sua HQ impressa. Ninguém se questiona se Frank Miller não teria mais uma grande obra a apresentar, se Holy Terror não retoma a tradição da Era de Ouro em que os heróis americanos combatiam as ameaças ao american way e dessa maneira tosca criaram uma mitologia imortal. Ninguém leva em consideração que arte não tem ideologia, ou que sua ideologia não tem importância, seja ela de esquerda ou de direita, mas apenas pensa em sua própria ideologia, e julga um trabalho ainda nem conhecido segundo estes conceitos.
É permitido ser "de esquerda" em uma obra de pura fantasia, mas ser "de direita" em uma obra de pura fantasia não é permitido jamais. E quadrinhos são apenas arte e pura fantasia. Se não existe a ameaça terrorista mostrada em Holy Terror então a ditadura caricata mostrada em V de Vingança não passa de invencionice. Mas há de se seguir a cartilha ideológica. É como no Brasil em que Laerte faz sucesso com suas idiotices semanais e vilipendiosas sem nenhuma qualidade estética, mas ninguém questiona, ninguém fala nada, ninguém tem opinião legítima. Afinal ele é politicamente bonitinho, corretinho, de esquerda, e só há elogios para a babaquice.
Os críticos estão condenando Holy Terror antes de ser publicado, mas se Frank Miller repetir suas grandes realizações em termos estéticos, o que eu espero que aconteça pois sou fã do cara, eles deverão se calar e morder sua lingua suja. E eu vou ter prazer de ver isso. Pra mim, é necessário que a crítica de quadrinhos seja menos ideológica, senão o que prevalece é a burrice cega.
Frank Miller tem sim o direito de mostrar suas concepções políticas, mesmo que moralmente questionáveis, assim como Alan Moore (de quem eu também sou fã) conseguiu a façanha de levar jovens do mundo inteiro a acreditar que explodir prédios e matar pessoas é uma maneira de alcançar a "liberdade", Milller tem o direito de mostrar soldados atacando povos estranhos, explodindo e matando em nome dessa mesma "liberdade".
"Liberdade" esta que, no final, é a única fantasia em tudo.
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9 Comentários:
Excelente discussão levantada. O trabalho de Miller nos remete ao nosso próprio contexto e carece de ser avaliado como uma obra que tem esse propósito. Mesmo sendo algo conservador e direitista, trás um debate que não deve ser ignorado pelos leitores, seja qual for seu referencial ideológico: o da guerra ao terror, da política externa americana, entre vários outros elementos. Agora quando cê falou que "arte não tem ideologia", eu quase parei de ler.
O que quis dizer, Bruno, é que a ideologia presente em qualquer obra fica em segundo plano perante sua qualidade estética, como completei no texto: "arte não tem ideologia, ou que sua ideologia não tem importância, seja ela de esquerda ou de direita".
Arte não tem ideologia. O autor tem. E, de alguma maneira, acaba passando sua ideologia (modo de ver o mundo) em sua obra.
Com todo o respeito, V de Vingança não tem comparação com Holy Terror, pela própria concepção de ambas as obras. V de Vingança não é propaganda de esquerda, porque Moore não é de esquerda (quem puder ler entrevistas de Moore, entenderá isso melhor), ele é libertário.
Frank Miller não é "de direita". Miller é pró´-terrorismo de Estado, no caso o Estado Americano. Diferente do Capitão América de Kirby da época da Segunda Guerra, quando o Terrorismo de Estado dos EUA ainda não havia sido definido. O Capitão América defende (ou defendia) um patriotismo mais autêntico. O patriotismo de Miller é do tipo que suporta as ações secretas dos EUA no Oriente Médio e outros países que se submetem ao seu poderio econômico e militar. Os Estados Unidos usam a "luta ao terror" para mascarar seu próprio terrorismo. Sob o disfarce de "combater o terrorismo em nome da paz mundial", os EUA cometem suas próprias atrocidades. "Holy Terror" de Miller acabou ficando com essa imagem, para o bem ou para o mal. E considerando as últimas obras de Miller, ele próprio construiu essa imagem negativa.
No primeiro "Dark Knight", Batman ainda tinha algo de contestador perante o poderio estabelecido. Mas hoje sabemos que Miller defende a violência como forma de dominação de alguém superior (super-herói? ou superpotência?) sobre algo/alguém inferior (vilão? potência "inimiga"?).
Amigo, Alan Moore, na época que escreveu V de Vingança, era ativista de esquerda sim. Com o tempo ele foi se distanciando disso e passou a se focar mais na magia e espiritualidade, o que eu considero um grande avanço.
Patriotismo é um conceito que sofre modificações com o tempo, provavelmente, na época da Segunda Guerra, a atuação dos EUA também sofreu críticas, principalmente de comunistas.
E esse monte de clichês de universidade pública de "poderio militar", "terrorismo de estado" e bla bla bla que os antiamericanos fazem os jovens repetirem como papagaios por ai já não me convencem mais.
Miller defende o mesmo que Alan Moore, violência pelo que ELE acredita ser a liberdade.
Não se trata de bla bla bla antiamericano. É só ler os jornais. Ou então leia "Brought to Light" (Moore/Sienkiewicz), já que estamos falando de quadrinhos.
Nunca vi nenhuma declaração de Moore defendendo ideias que o coloquem como um "ativista de esquerda" (V de Vingança não tem nada de esquerdismo, como eu já comentei antes).
Quanto a Miller, sua visão pode ser vista nesta entrevista: http://hangrightpolitics.com/2007/01/26/frank-miller-on-the-state-of-our-nation/
Espero que já tenha lido Holy Terror a essa altura e visto que a comparação com V de Vingança é absurda. Além da total falta de conhecimento profundo na obra ao afirmar que Moore é (ou era) pró-violência
Já é claro, pelos textos de seu site que você tem uma certa "bronca" com o Alan Moore (a personalidade mais falada - negativamente - por aqui) e por isso essa comparação descabida.
Analise sem preconceitos as declarações dos últimos anos do Moore e me diga se ele não tem razão no que diz... Ele sempre teve uma atitude consciente mesmo quando é considerado polêmico, diferente do Sr. Miller e seus preconceitos xenofóbicos, que refletem em muito na sua arte.
Amigo, Alan Moore foi militante do Partido Verde, ele foi sim envolvido em política. Ele era sim de esquerda.
Fanboys são um pé no saco mesmo!
Já falei e volto a repetir! Miller está muito bitolado com esse papo de terrorismo. Existe? Existe! Óbvio! Mas ele leva essa discussão para um nível quase absurdo, mostrando várias veias psicologicas bizarras. Em certo momento, ele dá a entender que na sua concepção de americano patriota pseudo-politizado, existe o EUA e os que forem contrarios ao modo americano são vistos como inimigos! Tosco!
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