16 de nov. de 2011

A capa de Crumb rejeitada pela New Yorker! Ou como até mesmo um velho gente boa pode ficar gagá!


Ano passado Robert Crumb anunciou que não faria mais ilustrações para a revista New Yorker, este fato causou grande estranhamento pois ele trabalhou durante vários anos para a publicação.

Como justificativa, Crumb disse

"Fui convidado por uma das editoras de arte, Françoise Mouly, esposa de Art Spiegelman, a enviar capas e tiras. Não lembro como é que todas as tiras acabaram sendo colaborações com Aline. Acho que foi, provavelmente, por eu não me sentir confortável em fazer tiras sozinho para a New Yorker devido a tantas restrições e limitações - nada de sexo explícito etc. - mas, diabos, pagavam bem, e é fácil fazer essas histórias com a Aline sem me sentir muito limitado",

Mas comecei a me sentir comprometido depois que um editor lá rejeitou uma capa que fiz e não me deu explicação alguma, então parei de trabalhar com a New Yorker. Me recuso a trabalhar com qualquer pessoa sob essas circunstâncias, não importa o quanto paguem. Eu vi o que isso causou à auto-confiança de Harvey Kurtzman como artista, e resolvi ainda nos meus vinte anos que nunca me permitiria entrar em armadilhas desse tipo".

Crumb nunca mostrou a tal capa rejeitada, até que recentemente ela foi apresentada em um catálogo de uma exposição da Bienal de Veneza que tratava da liberdade de expressão e mostrava obras censuradas de todos as mídias artísticas, no livro era contada a história de rejeição do desenho pela New Yorker. Uma repórter da revista Vice notou que a ilustração não estava presente na mostra, mas constava apenas no catálogo, ficou curiosa e então decidiu ir atrás de Crumb e revelar o porquê de tanto mistério.

Como você vê acima, o desenho retrata um casal de gays tentando registrar seu casamento, sob o olhar assustado de um funcionário do cartório, que é o retrato de Crumb.

Na entrevista a Vice, Crumb reafirmou que não recebeu nenhuma explicação dos editores, deixou claro que não é contra o homosexualismo, pelo contrário, ele tentou expressar no desenho a ideia de que não há como identificar diferenças entre gêneros no meio dos homosexuais, por isso proibir o casamento entre pessoas (supostamente) do mesmo sexo é ridículo. No desenho, o oficial do cartório não sabe se esta defronte de dois homens, duas mulheres, um homem e uma mulher ou seja lá o que for.

Para ele a recusa da ilustração não foi por motivos "homofóbicos", mas porque a revista é politicamente correta e não queria ofender casais homosexuais. Porém Crumb consultou amigos gays e eles disseram que adoraram o desenho. Ele não espera um pedido de desculpas, mas não pretende voltar a trabalhar para a revista.

Sabe o que eu acho? Crumb ficou gagá! Quem tá sendo politicamente correto é ele com esse papo de que não existem gêneros, que não se pode saber quem é o que de um casal gay só porque eles se fantasiam e fazem uma voz falsa! Nunca imaginei Crumb falando uma bobagem dessas. Um cara que já mostrou os judeus dominando o mundo, enfrentou as feministas, contou a história do dia em que os negros excravizariam os brancos, chutou a bunda dos Hippies e esquerdistas mongolóides! Satirizou religiões, políticas, a própria indústria dos quadrinhos, todo mundo e principalmente a sí mesmo, agora vem com esse papo que parece retirado de cartilha de direitos humanos da escolinha?

Dá um tempo Crumb! Desenhar a bíblia deve ter te feito mal!


...

1 Comentário:

Roger Olivieri disse...

Parabéns, brother, o blog está cada vez melhor, principalmente por não seguir a cartilha "politicamente correta" que todas as ovelhinhas nerds estão seguindo tão prestimosamente!
Continue assim!!!

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