10 de mar. de 2012

Poucas palavras para um mestre



O que posso dizer sobre Moebius?

Tudo que posso dizer hoje é que artistas como ele são importantes e necessários.

Em um mundo cada vez mais assombrado pelas agruras do cotidiano, pelas trevas dos problemas materiais, onde os homens limitam suas vidas a buscar a sobrevivência, compelido a guerras, a luta pelo poder e o sofrimento sem razão. Onde a mediocridade do senso comum nos leva a considerar a nós mesmos como seres de condição animal, artistas como Moebius são cada vez mais raros, e fazem falta.

Moebius sabia fazer algo que poucas pessoas hoje sabem:

Libertar a mente para mundos de fantasia. Não pelo escapismo hedonista e simples, mas porque esses mundos são o que a vida pode nos proporcionar de belo e espiritual, e dessa forma, nos elevar.

Suas imagens não são infantis, mas permanecem como as memórias de nossa infância, cheias da claridade da manhã, quando o mundo era mais simples e nós tinhamos fé em tudo. As paisagens que ele criava são representações de mundos interiores, seus personagens seguem sempre em uma jornada rumo a espaços desconhecidos, que são, na verdade, os caminhos onde se esconde o mistério de quem somos e o potencial inexplorado de nosso ser.

Moebius foi um místico em muitos sentidos, como um xamã, e cumpriu seu papel de nos mostrar um vislumbre dos caminhos, de revelar, como os artistas de antigamente faziam, que mesmo perdidos na imensidão de espaços desolados de sofrimento e solidão, devemos voltar a sonhar como nas manhãs claras da infância, e acreditar que possuímos um lugar no infinito.


Siga a jornada, Moebius!

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