5 de Novembro - O Halloween dos imbecis
Ideias são inseridas no senso comum através de filmes, reportagens jornalísticas, livros, HQs, programas de TV, pesquisas científicas, etc. As massas podem ser levadas a aderir a determinados comportamentos sem querer. Podem escutar determinados tipos de música, usar certos tipos de roupas, comprar determinados produtos e usar determinada linguagem sem fazer ideia do porquê, apenas respondendo a estímulos exteriores.
Isso pode ser feito apenas para gerar algum trocado, ou alguns milhões. A mídia te diz "compre isso e você vai ser feliz", e você compra e se sente realizado, pelo menos por fazer parte de uma tendência, por se identificar com um grupo. Isso pode não ser muito grave, é apenas uma maneira de popularizar determinados produtos, é necessário para o capitalismo, é publicidade.
O que pode ser ruim nisso é quando a repetição constante de uma ideia tem fins ideológicos, ou quando é uma experiência de controle social. No romance 1984, de George Orwell, o governo manipulava os meios de comunicação de tal maneira que fazia o povo acreditar em qualquer mentira necessária para a manutenção do poder, as técnicas eram a repetição, supressão e associação de informações. No Admirável Mundo Novo, de Huxley, o governo se utilizava do condicionamento de crianças durante o sono e manipulação biológica para fazer todos pensarem e se comportarem de acordo com sua classe, garantindo a harmonia social e a manutenção do poder vigente.
Atualmente nossos meios de controle social ainda são muito parecidos com aqueles apresentados por Orwell. Propaganda! As pessoas hoje são submetidas há uma imensa quantidade de propaganda política sem saber. Nas escolas há a pregação marxista, nos sindicatos há o condicionamento das relações de trabalho, nas igrejas existe a associação do cristianismo ao socialismo (ver teologia da libertação), na música existe a vitimização e condicionamento para a revolta (ver hip hop), nos filmes e também nos quadrinhos vem sendo inserido uma porção enorme de propaganda, como já comecei a demonstrar neste artigo.
V de Vingança é o maior e mais desonesto panfleto político já produzido em formato de quadrinhos em todos os tempos. Escrita por Alan Moore, com desenhos de David Lloyd, a obra se destacou como uma das mais aclamadas pela crítica e foi adaptada para o cinema, o que lhe rendeu grande popularidade.
O gibi mostra a cruzada vingativa de um terrorista conhecido como V contra os integrantes de um governo totalitário que tomou conta da Inglaterra em um futuro hipotético, pós-guerra nuclear. O terrorista arma um grande plano pra assassinar os líderes e derrubar o governo, para mais tarde convencer o povo a se autogovernar, seguindo ideais anarquistas.
Hoje as máscaras de V, que faziam referência a Guy Fawkes, se tornaram muito populares entre jovens que acham que possuem algum ideal político progressista. Vemos essas máscaras em todo lugar: entre os ecologistas, os hackers, defensores do aborto, legalização de drogas, vegetarianos, vagabundos, socialistas, filhinhos de papai raivosos, petistas, tucanos contra a corrupção, gayzistas, filhotes de Che Guevara, hip hopers, etc. Essa máscara é sinônimo de todo tipo de idiotice.
Como isso aconteceu? Como a máscara que representa terrorismo, violência e assassinato se tornou o objeto símbolo de pessoas que lutam por causas sociais e babaquices de todo tipo? A explicação está no próprio enredo do gibi. Foi um processo de lavagem cerebral.
Vejamos uma análise do enredo:
Logo quando está prestes a por o seu plano em curso, V encontra uma jovem pobre e simplória chamada Evey Hammond, ela veio pras ruas pra se prostituir, pela primeira vez na vida, mas escolheu os clientes errados, são agentes do governo. V a salva do estupro e da morte, e a captura, levando-a á seu covil subterrâneo, a galeria sombria.
Após conquistar a garota com trivialidades como música e poesia, V inicia um grande processo de lavagem cerebral, com o objetivo de torná-la sua seguidora.
Ele ouve sua história e a faz se sentir uma vítima da sociedade, mesmo que ela mesma nunca tenha sofrido nenhuma agressão.
Para que ela aceite o papel de ajudante em ações criminosas, ele lhe dá livros, faz citações de intelectuais anarquistas e dança com ela. Faz de tudo para parecer sedutor. V manipula as necessidades psicológicas de Evey, a perda dos pais e suas carências emocionais de adolescente.
Ela quer se sentir útil e se oferece para ajudar. Após a conquista, o terrorista se utiliza de Evey como um objeto para atrair um religioso pedófilo e matá-lo. Mas quando Evey percebe que V, na verdade, é um frio assassino, ela se revolta e ele a despeja.
Mais uma vez o terrorista busca quebrar suas resistências psicológicas, explorar a imagem do pai perdido e convencer Evey de que a sua ausência é permanente, contudo, o sentimento de vitimização poderá ser compensado pela ideologia.
Após vagar sozinha pelas ruas, Evey é resgatada por um homem de índole e volta á vida social. Mas a doutrinação pela qual passou é tão forte que ela não consegue mais se enquadrar, é uma desajustada.
Quando o seu novo amante é morto por um membro do governo, ela está prestes a se tornar uma assassina. V a captura de volta, esse é o momento de terminar a lavagem cerebral e transformar Evey em sua sucessora.
V arma um grande teatro de tortura e medo, explorando os mais perversos mecanismos de manipulação psicológica e agressão física. Disfarçado de agente do governo, ele tortura a garota durante meses.
Humilhada e ferida, Evey é por fim condenada a morte, mas se recusa a entregar V.
O terrorista V age seguindo um esquema de guerra psicológica muito conhecido pelos serviços secretos do mundo todo*. Evey é moldada segundo sua vontade em um processo gradual que começa como uma conquista e termina com a morte psicológica e a aceitação de uma vida dedicada a ideologia. O processo consiste no seguinte:
Primeiro a desmoralização: Ele faz Evey se acreditar uma vítima, abandonada irremediavelmente por tudo, em um mundo que não faz mais sentido. Seguida da doutrinação: ele a educa com ideias revolucionárias.
Depois a desestabilização: Evey é solta em um mundo onde ela não se enquadra mais, e chega próximo á corrupção moral total, pronta pra se tornar uma assassina, quando sofre com a morte violenta do amante. Moralmente Evey já está corrompida, mas ainda falta um pouquinho.
Por fim, encarceramento e a morte psicológica: Evey é destruída física e psicologicamente, por meio de torturas e humilhações de toda espécie. Ela morre.
E V lhe oferece seus novos valores:
Para substituir sua personalidade real, V lhe entrega uma nova razão de viver, para tornar praticável a vida em prol da ideologia revolucionária. A história de uma mulher que foi vítima da ditadura por ser lésbica. É essa âncora psicológica que vai substituir a identidade de Evey.
Está pronta a nova Evey, pronta para suceder V em sua luta contra o governo. V não existe enquanto indivíduo, ele é apenas a ideia. Evey é o instrumento.
O que acontece aos jovens que no momento adotam a máscara de V como sua indumentária é o mesmo que aconteceu a Evey Hammond. Eles sofrem lavagem cerebral.
Primeiro eles foram capturados no momento mais decisivo de suas vidas, na universidade, quando estão prestes a assumir função social (a de Evey seria a prostituição). Daí são expostos ás ideias econômicas de esquerda e ao marxismo cultural. Isso inclui música, filmes, dança, estilo de vida, drogas, citações intelectuais, filmes e HQs.
É nesse ponto que estamos atualmente, com os movimentos que reivindicam causas disparatadas, pregam ideias absurdas e reúnem multidões para dormir ao relento. O chamado movimento "ocupe". Aquilo não é nada além de um laboratório de corrupção moral, de destruição de valores, e é a primeira etapa na construção do soldadinho que vai lutar pelas causas de esquerda. Até agora eles nem sabem o que estão fazendo, nem sabem o que é o esquerdismo e não suspeitam dos crimes cometidos em nome dessas ideologias. São apenas pessoas alienadas por uma doutrinação incompleta. São imbecis que ficam no facebook com máscaras de V dizendo "lembrai o 5 de novembro". O movimento ocupe é a primeira estadia de Evey na galeria sombria de V.
Infelizmente, isso não ocorre só com quem está lá nos acampamentos do "ocupe", mas com quase todos os jovens que passam por universidades e até os que não chegam lá, através do marxismo cultural. Quase todas as pessoas fizeram seu estágio na galeria sombria e entraram em contato com as ideias revolucionárias de V através das artes, do sistema educacional, da mídia, sem saber.
O próximo estágio, ao qual já estamos chegando, é soltar essas pessoas na sociedade como desajustados, pessoas que não se adaptam ás regras vigentes. Em um mundo em crise, como o que Evey vai viver, as pessoas de índole serão eliminadas, como o amante dela foi, e vai sobrar apenas o caos.
Os jovens que hoje aderem a ideias de esquerda, os que já fazem parte de movimentos de minorias, de movimentos "ocupe", onde cultivam a corrupção moral, vão chegar ao poder, eles vão ser professores, políticos, vão controlar a sociedade.
O passo seguinte, que felizmente ainda não ocorreu e espero que não ocorra, é quando as ideias de esquerda já terão se tornado hegemônicas, todas as instituições de poder já terão sido tomadas por pessoas com essas ideias, então vai ser o momento de se utilizar dessa mão de obra que foi preparada pela doutrinação. Quando esses jovens que hoje usam mascarazinhas de palhaço vão ser transformados, finalmente, em soldados.
O ocupe wall street se tornará um movimento revolucionário de massas, vão sequestrar e matar milhares de pessoas que eles acreditam ser parte dos 1%. O anonymous vai se tornar uma verdadeira célula terrorista e vai explodir bombas; em vez de derrubar sites, vão prender e matar as pessoas que os colocam no ar, o fim da liberdade de expressão partirá dos próprios anonymous, intolerantes com quem pensa diferente. Aí estará completo o intento da HQ V de Vingança, que sempre foi uma peça de propaganda política. Será feita uma revolução.
Para que se chegue a isso só é necessário uma quantidade maior de pressão e violência contra esses jovens. Um pouco de tortura. Basta que se lhes retire todo o conforto em que eles ainda vivem (conforto que veio do capitalismo, diga-se), basta que os iPhones e Macbooks lhes sejam tomados, que eles sejam presos de verdade e violentados. É aí que eles estarão dispostos a morrer pelas ideias que pregam. Dispostos a matar e morrer, como Evey se tornou. Dar a sua vida por uma ideologia, que é o que Evey decide no final da história.
Que esse momento não chegue, que esses jovens abram os olhos e percebam que seu valor como indivíduo é maior do que qualquer ideologia, que tirem as máscaras e vivam suas próprias vidas. Ou que esses imbecis continuem apenas celebrando seu halloween, com suas máscaras ridículas de violência e terrorismo.
*Se duvida, assista esta série de vídeos no youtube.
Escrito por Tavares 12 Comentários
Categoria: Artigos, V de Vingança