Inspiração! Criatividade! Eis as palavras mais intrigantes de todas as artes. De onde os artistas tiram suas ideias? De onde vem as concepções mirabolantes que inflamam nossa mente? De onde os escritores, pintores e cineastas trazem as bases das criações que vão permear nossa imaginação durante anos?
Nós temos Watchmen, uma das maiores obras das Histórias em Quadrinhos de todos os tempos, uma unanimidade de público e crítica. Muita coisa já foi dita pelos especialistas no gênero. Todo mundo já sabe que os personagens da série foram baseado em antigos personagens da Charlton Comics, isto não é nenhuma novidade. Sabemos também que Alan Moore se utilizou da teoria do caos, da física quantica e da psicologia junguiana na composição de alguns episódios.
No entanto, há uma particularidade no enredo da série que sempre chama muita atenção da crítica, porém nunca foi objeto de uma análise mais depurada, e os motivos me parecem obscuros.
Todos reclamam do final de Watchmen.
Alguns dizem que o final tem pouca ação, outros que não tem um clímax adequado ou é muito óbvio, outros dizem que não tem nada a ver com o desenrolar da trama.
Chegamos ao ponto do final da história ser modificado na adaptação cinematográfica (que eu ainda não vi até hoje). Isto felicitou muitos fãs, mas trouxe enorme descontentamento ao autor da obra.
Mas aqui vamos nos ater ao enredo dos quadrinhos e tentar achar a inspiração
original do escritor Alan Moore para conceber o final de uma das maiores HQs de todos os tempos!
Primeiro, relembrando a trama:
Estamos em 1985, os super heróis existem de verdade, o mundo esta mergulhado na Guerra Fria, EUA e União Soviética disputam o domínio. Os EUA tem um trunfo, é o Dr Manhatan, um super herói de verdade que possui poderes sub-atômicos. Existem super heróis humanos, mas sua atuação esta proibida por lei.
De repente, um deles é assassinado, o Comediante, um veterano da guerra do Vietnã que trabalhou em serviços escusos para o governo americano.
Rorschach, um dos heróis renegados, decide investigar e desconfia de uma conspiração para matar velhos heróis. Ao mesmo tempo em que vemos o mundo muito próximo de uma guerra nuclear entre EUA e União Soviética, pelo desequilíbrio dos poderes motivado pelo exílio do Dr. Manhattan em marte.
Após muita investigação, descobrimos que um dos heróis antigos, Adrian Veidt, conhecido como Ozymandias, arquitetou um plano para promover a união do mundo comunista com o capitalista, possibilitando dessa forma a paz mundial. E teve que eliminar o Comediante por que ele soube do plano por acaso.
Adrian Veidt foi inspirado por Alexandre, O Grande, o herói histórico que tentou eliminar as dicotomias entre ocidente e oriente, unindo Persas e Macedônicos. Ozimandyas reuniu cientistas e artistas, que trabalharam secretamente em uma ilha para criar e teletransportar uma lula gigante geneticamente modificada para o centro de Nova York!
A catástrofe mata milhões de pessoas e cria a ilusão de que estaria acontecendo uma invasão alienigena, gerando comoção mundial e finalmente promovendo a união entre os blocos comunista e capitalista, que cessam suas hostilidades por um bem comum. Desta forma o ideal de Adrian Veidt de paz e união global se tornam reais!
Este final da história vem sendo criticado durante anos como sendo um anticlimax dos piores, uma obviedade sem graça. Como discordo dessa posição, sempre quis encontrar as origens primordiais das ideias de Alan Moore para compor o final da trama, que pra mim na verdade era a parte mais interessante e inteligente de Watchmen.
Eis que na semana passada descobri aquela que pode ser a fonte para a criação deste tão polêmico final, os fatos que vou narrar agora são reais, acompanhem-me: